FINI Moçambique promove o empreendedorismo de impacto na África
Pela primeira vez fora do Brasil, o Fórum de Investimento e Negócios de Impacto reunirá, em 31/7, empreendedores e palestrantes internacionais e locais para pensar novas formas de resolver problemas ambientais e sociais da nação africana, potencializados após recentes desastres climáticos
Trocar experiências a fim de potencializar as ações de impacto socioambiental, além de promover investimentos e a sustentabilidade de modelos de negócios que incidam diretamente sobre áreas como habitação, educação, saneamento, água, fintechs sociais, resíduos e diversificação econômica. Esse é o objetivo do FINI – Fórum de Investimento e Negócios de Impacto que promove o encontro de empresários, representantes da iniciativa privada e do poder público, além de integrantes do terceiro setor e da academia, em um ambiente centrado no desenvolvimento de soluções para problemas locais por meio de negócios de impacto.
Em edição especial, desta vez fora do Brasil, o fórum será realizado no dia 31 de julho, na cidade de Maputo, capital de Moçambique. Promovido pela catalisadora de negócios de impacto Baanko e pela 22 Graus Comunicação e Marketing, o FINI Moçambique irá apresentar metodologias, projetos e boas práticas desenvolvidos por profissionais e estudiosos de referência em diversas áreas de negócios para resolver problemas sociais e ambientais, ampliados pela tragédia recente em Moçambique, por meio de produtos, serviços ou operações de impacto social. As palestras, cases e painéis de discussão irão acontecer das 8h às 18h na Universidade Eduardo Mondlane, referência entre as universidades dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) e apoiadora local do evento.
Negócios de impacto são aqueles que promovem inovações e transformações que levam ao desenvolvimento ou melhora socioambiental de forma mensurável, de acordo com o sócio-fundador da Baanko, André Menezes. “Vemos que é preciso – e possível – resolver problemas sociais e ambientais sistêmicos através de negócios e que é urgente oferecer mais e melhores oportunidades para populações de menor renda.”
DESASTRE
Entre os dias 14 e 15 de março deste ano O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique, provocando 604 vítimas mortais e afetando cerca de 1,8 milhões de pessoas. Pouco mais de um mês depois, em 25 de abril, a nação africana voltou a ser atingida por um ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país matando 45 pessoas e afetando outras 250 mil.
Para Menezes, além de potencializar problemas locais já existentes, esses desastres fizeram com que as comunidades local e internacional se dessem conta da necessidade de pensar alternativas sustentáveis para o desenvolvimento do país, que fica no sudeste africano. “Acreditamos na urgência de, ao mesmo tempo, apoiarmos empreendedores comprometidos na resolução de problemas sociais, engajarmos investidores que querem alocar seus recursos gerando impacto socioambiental e performance financeira, e fortalecermos atores locais e iniciativas estratégicas, como avaliação de impacto, inovação e a inclusão desta agenda nas políticas públicas”, afirma o empresário.
PROGRAMAÇÃO
Com o patrocínio da associação sem fins lucrativos Fundo Vale, que busca conectar instituições e iniciativas em prol do desenvolvimento sustentável, e da InterCement, empresa brasileira líder no mercado de cimento em Moçambique e em outros países, as atividades do FINI Moçambique terão início dois dias antes da data oficial do evento, nos dias 29 e 30 de julho, com a realização de momentos de networking e visitas de impacto, além de laboratórios temáticos sobre habitação, educação, água e saneamento, fintechs sociais, além da gestão de resíduos e diversificação econômica, na Universidade Eduardo Mondlane.
Outras organizações da Europa também apoiam a realização do evento, como a Projeto UDI-África, coordenado pela Universidade NOVA de Lisboa, instituição universitária reconhecida pela excelência no ensino e pesquisa internacionalmente e o Nguzu Project, iniciativa que começou em 2013, em Portugal, para melhorar a experiência da mobilidade acadêmica entre países lusófonos e potencializar novas oportunidades para a sociedade. De Moçambique, o FINI conta com o apoio da UX Information Technologies, que aposta no empreendedorismo social como catalizador do desenvolvimento econômico e humano local, desenvoilvendo soluções online focadas em aliar o sucesso comercial à responsabilidade social, transformando empresas e instituições moçambicanas.
SOBRE O FINI
O Fórum de Investimento e Negócios de Impacto – FINI é uma iniciativa das empresa mineira Baanko e da 22 Graus Comunicação de promover em um contexto local um encontro entre atores estratégicos do ecossistema de empreendedorismo e inovação, a fim de potencializar e direcionar recursos em prol de boas ideias e projetos sociais e ambientais. Sob o tema ‘investir para transformar’, o FINI Belo Horizonte contou com a participação de quase 300 pessoas, representando empresas, governos, ONGs e startups, em dois dias de debates em setembro do ano passado, que resultaram em 1434 novas conexões, negócios e oportunidades entre os participantes.
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